Um dia sonhei que estava nua num jardim e que cuidadosa e completamente me tiravam a pele como a um fruto. Não ficou nem um resto de pele no meu corpo. Foi toda mas toda retirada com cuidado e só depois me disseram para andar, viver e correr. A princípio movimentei-me devagar, o jardim era tremendamente macio e eu sentia de uma forma precisa o jardim-doçura, o ar doce e os perfumes, como agulhas penetrando todos os meus poros em sangue. Todos os poros estavam abertos e respiravam calor, doçura e cheiros. O corpo totalmente invadido, penetrado, reagindo, a mais pequena célula e poros vivos respirando e tremendo com prazer. Gritei de dor. Corri. E ao correr o vento chicoteava-me e as vozes das pessoas eram chicotes dirigidos a mim.
Ser tocado! Acaso sabem vocês o que é ser tocado por um ser humano?
Co-produção: TeatrUBI e ASTA
Criação e direção: Rui Pires
Texto: Rui Pires, a partir de A Casa do Incesto de Anaïs Nin
Design gráfico: Sérgio Novo
Desenho de luz: Pedro Fonseca e Rui Pires
Voz-off: Mª do Carmo Teixeira
Guarda-roupa: Sérgio Novo
Co-produção e interpretação: Diana Portela, Gonçalo de Morais, Joana Santos.
Dia 22 de junho de 2013, às 21:30, no espaço GrETUA
Estudante: 3€
Geral: 4€
Reservas: gretua@aauav.pt
As reservas devem ser levantadas até 30 minutos antes do início do espetáculo, sob pena de serem transmitidas a outras pessoas.